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Após a separação dos Beatles em 1970, George Harrison, muitas vezes conhecido como o “Beatle silencioso”, emergiu como uma força musical significativa em sua própria carreira solo buscando parcerias musicais. Embora frequentemente ofuscado por John Lennon e Paul McCartney durante seu tempo com os Beatles, Harrison aproveitou sua liberdade recém-descoberta para explorar sua própria criatividade e colaborar com uma variedade de artistas. Suas parcerias musicais após os Beatles foram não apenas prolíficas, mas também influentes, deixando uma marca indelével no cenário musical.
O Sucesso Solo com “All Things Must Pass”
Logo após a separação dos Beatles, Harrison lançou seu aclamado álbum solo “All Things Must Pass” em 1970. Este álbum triplo não só destacou sua capacidade de compor e interpretar músicas, mas também incluiu uma série de colaborações significativas. Phil Spector co-produziu o álbum, trazendo sua famosa “Wall of Sound” para as gravações. Além disso, músicos como Eric Clapton, Ringo Starr, Billy Preston, e membros do Badfinger contribuíram para o álbum.
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A faixa “My Sweet Lord” se tornou um sucesso mundial, solidificando a posição de Harrison como um artista solo de grande talento. A canção foi notável não apenas por sua melodia cativante, mas também por sua mensagem espiritual, refletindo a profunda religiosidade de Harrison.
A Formação do Traveling Wilburys uma das parcerias musicais.
Uma das parcerias mais notáveis de Harrison após os Beatles foi a formação do supergrupo Traveling Wilburys em 1988. Este grupo incluiu Bob Dylan, Tom Petty, Roy Orbison e Jeff Lynne. O surgimento dos Traveling Wilburys foi quase acidental, nascendo de uma sessão informal de gravação para uma faixa B de Harrison.
O álbum de estreia, “Traveling Wilburys Vol. 1”, foi um sucesso comercial e de crítica. As músicas “Handle with Care” e “End of the Line” se destacaram, mostrando a química única entre os membros do grupo. Cada membro trouxe seu estilo e influência, criando uma mistura eclética de rock, folk e pop.
Colaborações com Eric Clapton
A amizade de Harrison com Eric Clapton começou durante os anos dos Beatles e se fortaleceu ao longo das décadas. Clapton tocou a icônica guitarra solo em “While My Guitar Gently Weeps”, uma das faixas mais memoráveis dos Beatles. Após os Beatles, os dois continuaram a colaborar em várias ocasiões.
Em 1971, Clapton participou do Concerto para Bangladesh, um evento beneficente organizado por Harrison. Este concerto foi um marco, sendo um dos primeiros grandes eventos beneficentes de rock, e arrecadou milhões para ajudar os refugiados da guerra de independência de Bangladesh.
Além disso, Harrison e Clapton fizeram uma turnê juntos no Japão em 1991, resultando no álbum ao vivo “Live in Japan”. A colaboração ao longo dos anos mostrou a profunda conexão musical e pessoal entre os dois, marcada por um respeito mútuo e uma amizade duradoura.
Trabalho com Ravi Shankar
A relação de Harrison com a música indiana e o sitarista Ravi Shankar é bem documentada. Shankar foi mais do que um colaborador musical; ele foi um mentor espiritual e amigo próximo de Harrison. Sua influência foi evidente em músicas dos Beatles como “Within You Without You” e “The Inner Light”.
Após os Beatles, Harrison continuou a trabalhar com Shankar, ajudando a promover a música indiana no Ocidente. Ele produziu o álbum de Shankar “Shankar Family & Friends” em 1974 e continuou a apoiar seu amigo e mentor ao longo dos anos. Esta colaboração não só expandiu os horizontes musicais de Harrison, mas também abriu as portas para muitos ouvintes ocidentais apreciarem a música clássica indiana.

O Concerto para Bangladesh
O Concerto para Bangladesh, organizado por Harrison em 1971, foi um dos eventos mais importantes de sua carreira pós-Beatles. Além de Eric Clapton, o concerto contou com a participação de Bob Dylan, Leon Russell, Billy Preston, Ringo Starr e Ravi Shankar. Este evento beneficente pioneiro arrecadou milhões de dólares para ajudar os refugiados da crise em Bangladesh.
O sucesso do concerto e do álbum subsequente demonstrou o poder da música para promover mudanças sociais e humanitárias. Harrison mostrou que os músicos podiam usar sua influência para causas maiores, inspirando gerações futuras a seguir o mesmo caminho.
Produção e Colaborações
Além de suas próprias gravações, Harrison também se envolveu na produção de álbuns para outros artistas. Ele fundou a Dark Horse Records em 1974, lançando trabalhos de vários músicos, incluindo o próprio Harrison. Ele produziu álbuns para Ravi Shankar, Splinter e outros, mostrando sua habilidade nos bastidores da indústria musical.
Uma colaboração notável foi com o vocalista e tecladista Billy Preston, muitas vezes chamado de “o quinto Beatle”. Harrison ajudou a produzir o álbum de Preston “That’s the Way God Planned It” em 1969, antes mesmo da separação dos Beatles. A amizade e colaboração entre os dois continuaram ao longo dos anos, com Preston contribuindo para várias gravações solo de Harrison.
Participações em Projetos de Outros Artistas
George Harrison também fez participações em álbuns e shows de outros artistas, destacando sua disposição para colaborar e apoiar seus colegas. Ele participou do álbum “Ringo” de Ringo Starr em 1973, co-escrevendo a música “Photograph” e tocando guitarra em várias faixas. A colaboração entre os ex-companheiros de banda mostrou a duradoura amizade entre eles, apesar do fim dos Beatles.
Harrison também contribuiu para o álbum “Cloud Nine” de Jeff Lynne, ajudando a produzir e co-escrevendo várias faixas. A parceria com Lynne foi uma das mais frutíferas de sua carreira solo, levando à formação dos Traveling Wilburys e a uma série de sucessos nos anos 80.
Impacto e Legado das Colaborações
As parcerias musicais de George Harrison após os Beatles tiveram um impacto profundo na música e na cultura popular. Ele conseguiu transcender a sombra dos Beatles e estabelecer uma carreira solo distinta e respeitada. Suas colaborações mostraram sua capacidade de trabalhar com uma variedade de artistas e estilos, desde o rock clássico até a música indiana e folk.
Harrison usou sua música como uma ferramenta para promover a paz, a espiritualidade e a ajuda humanitária. Seu trabalho com Ravi Shankar e o Concerto para Bangladesh são exemplos de como ele integrou sua filosofia pessoal em sua carreira musical. Ele mostrou que a música podia ser uma força para o bem, inspirando muitos a seguir seu exemplo.
Reflexão Final
George Harrison foi mais do que apenas um ex-Beatle. Ele foi um inovador musical, um buscador espiritual e um humanitário comprometido. Suas parcerias após os Beatles refletiram sua diversidade e profundidade como artista. Trabalhando com amigos e músicos respeitados, ele criou uma obra que continua a inspirar e influenciar gerações de músicos e fãs.
A jornada musical de Harrison após os Beatles foi uma continuação de sua busca por significado e expressão. Ele encontrou novas formas de colaborar, criar e compartilhar sua visão com o mundo. E, ao fazer isso, ele deixou um legado que ressoa profundamente até hoje, lembrando-nos do poder transformador da música e da importância de permanecer fiel a si mesmo.
A música de George Harrison, tanto solo quanto em colaboração, continua a tocar corações e mentes ao redor do mundo, celebrando a beleza da vida, a profundidade da espiritualidade e a importância da conexão humana.